Crítica | Love, Victor - 3ª Temporada



Série termina bem, apesar de lenta até certo ponto; desenvolvimento de personagens secundários é satisfatório, assim como evolução de Victor e amigos


Neste mês de junho “Love, Victor” (2020-2022) entregou para os fãs sua terceira e última temporada após grande sucesso nos anos anteriores que, apesar da polêmica da Disney em disponibilizar a série no Hulu nos Estados Unidos pela temática LGBTQIA+ e considerar “ser adulto”, para sua temporada final os fãs também puderam assistir pelo Disney Plus.


No Brasil a série chegou oficialmente somente no segundo semestre de 2021, com a vinda do Star Plus ao País, porém, em datas diferentes com a primeira temporada em 31 de agosto e a segunda somente em 8 de dezembro, ambas com dez episódios cada. Se na leva anterior tivemos a introdução quase que abrupta de novos personagens – o que potencialmente fomentou hate desnecessário para o ator de um deles, Anthony Keyvan, que deu vida a Rahim –, na temporada final boa parte dos personagens secundários são bem desenvolvidos e aproveitados.


Imagem: Divulgação/ Star Plus

Também chama atenção a redução de episódios, dos tradicionais dez para apenas oito, nos levando a entender que os diretores e roteiristas optaram por concentrar as informações com arcos bem fechados. Mas não é o que ocorre na totalidade. O primeiro episódio começa assim que termina o último da temporada anterior e já nele é notável algumas falhas de roteiro como o primeiro beijo de Victor (Michael Cimino) e Benji (George Sear) e também técnicas com jogos de luzes/edição mal trabalhadas.


Porém, tais elementos são totalmente ofuscados pelos novos casais formados: a fofura aconchegante de Félix (Anthony Turpel) e Pilar (Isabella Ferreira) que terão fortes emoções pela frente; e as apaixonantes Lake (Bebe Wood) e Lucy (Ava Capri), que nos cativa com suas trocas de olhares e inseguranças próprias vividas por adolescentes, assim como seus desenvolvimentos sequentes.


Imagem: Divulgação/ Star Plus


A volta às aulas após o recesso de Natal e Ano Novo é marcada pelo reencontro de figuras que estiveram super juntas na temporada anterior, pela festa da Mia (Rachel Hilson) que até então não sabia se permanecia em Creekwood e o lindo e maduro acerto entre os ex Lake e Félix. Além, claro do término do nosso casal preferido, Victor e Benji.


Talvez na ânsia de acelerar ou no corte de material para fechar os oito episódios, a impressão que ficou para mim em boa parte do tempo é de correria, principalmente após lentidão até próximo do quarto e quinto episódios: na tentativa de superação de término que vai incluir a inclusão de novo personagem gay, Nick (Nico Greetham), com quem Victor passa a transar casualmente; o próprio namoro do Victor com Nick; e a tóxica relação de Lake e sua mãe (Leslie Grossman) sendo resolvida em um único diálogo. Só para citar alguns exemplos. 


Imagem: Divulgação/ Star Plus


Sobre lentidão, que luta enorme foi para Benji enxergar o que lhe causa gatilhos emocionais para seu vício em álcool, que prejudicou-o durante toda temporada sua relação com Victor e, consequentemente, também seu tempo de tela, mesmo com uma interação forçada, mas justificada, com Rahim.


Aliás, se tem algo bacana da temporada que merece exaltação é o desenvolvimento deste personagem. Se alguém manteve hate contra o ator só posso lamentar (já lamentava antes). Além de papel importante na amizade com Victor, vimos um Rahim mais seguro e impositivo com seus sentimentos, o que inclui uma conversa emocionante e necessária com sua mãe após visita de um tio do Irã.


Imagem: Divulgação/ Star Plus


Mesmo com algumas falhas e a imperfeita combinação de rapidez e lentidão, a temporada consegue entregar um bom material que conta com momentos fofos (Félix sempre me dará um quentinho no coração) e emocionantes, profundidade de momento particular dos pais do Victor quando mais jovens, referências sutis ao mundo real como a série Euphoria e Olivia Rodrigo, e a linda entrega de Michael Cimino para seu personagem que fez um discurso contagiante no episódio final e conseguiu apresentar uma evolução muito madura e resiliente na reta final.


Coincidentemente assisti “Love, Simon” (2018) nesta semana na TV Globo (filme que originou Love, Victor), e não podia ter tido timing perfeito para eu finalizar a série também aqui. O final que poderia parecer previsível, se mostrou o contrário, mas em total sintonia com o que foi a série do início ao fim. Só não ganhou cinco estrelas completas devido aos apontamentos que fiz, mas é uma série que para sempre ficará marcada para mim. Se não fosse o já anúncio de fim de temporada, certamente gostaria de ver como eles estariam indo para a faculdade ou até mesmo o desenvolvimento dessa etapa (que faltou aqui). Todas as três temporadas e 28 episódios estão disponíveis no Star Plus e você confere o trailer oficial da terceira e última temporada abaixo.


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