Crítica | Os Tênis Encantados


Música, magia e amor adolescente tomam conta do mais recente lançamento do Estúdios Disney. Os Tênis Encantados (Sneakerella) estreou no serviço de streaming Disney+ no último dia (13). Uma releitura do clássico de 1950, Cinderela, “Os Tênis Encantados” apresenta El (Chosen Jacobs), um jovem aspirante a designer de tênis incrivelmente talentoso que depois da morte da mãe é explorado pelo padrasto Tray (Bryan Terrell Clark) e dos dois meios-irmãos Stacy (Hayward Leach) e Zelly (Kolton Stewart). El trabalha como estoquista na loja de sapatos que pertencia a sua mãe, mas após sua morte precoce, Tray assume os negócios. Um ponto importante nessa versão é que os roteiristas contextualizaram muito mais a relação entre El e sua mãe antes de sua morte prematura, mostrando com flashbacks momentos entre os dois criando tênis, conversando sobre sonhos. Assim fazendo com que o telespectador crie um vínculo afetivo muito mais forte com a personagem principal.  

Como um bom roteiro da Disney, o filme nos envolve com diversas cenas cantadas pelas personagens, posso dizer que boa parte do filme é apresentada com canções específicas e passos de dança modernos para cada situação. Nos primeiros minutos já conhecemos todas as personagens principais e o que podemos esperar no restante da trama. Personagens e história apresentadas, o filme nos leva para a primeira aventura de El e sua melhor amiga Sami (Devyn Nekoda), fugir do padrasto e dos seus meios-irmãos para chegar a tempo do lançamento do tênis mais aguardado por eles. Aqui conhecemos Gustavo (Juan Chioran), o fada-padrinho que dá um “empurrãozinho” com magia para que eles não perdessem o evento. Gustavo é o personagem com poucas falas, mas adorável que só aparece em determinadas cenas para que o filme não se tornasse apenas um filme sobre tênis, ele acrescenta o toque mágico que os fãs da Disney estão acostumados a ver.

Imagem: Reprodução / Disney+

Partimos agora para o evento onde El conhece Kira King (Lexi Underwood), filha do famoso ex-jogador de basquete Darius King (John Salley), seu dom de ler a personalidade das pessoas pelo tênis que usa, impressiona Kira. Mesmo ele não sabendo quem ela era, os dois se apaixonam e passam uma tarde inteira juntos cantando e conversando sobre sonhos, até que El precisa se apressar para a loja e corre mal se despedindo, Kira também é encontrada pelo motorista da família que a busca em Queens, bairro onde mora El. Sami, sua melhor amiga, descobre a verdadeira identidade de Kira e convence El a encontrá-la no baile de gala promovido por Darius King. Com uma canção envolvente, o fada-padrinho Gustavo entra em ação com muita magia, criando elegantes ternos para El e Sami aproveitar. A carruagem dá o lugar a um carro estiloso e moderno e os ingressos magicamente aparecem no bolso do terno de El. 

Como na história original, eles precisam ir embora antes da meia noite, antes que tudo voltasse ao normal. Chegando no baile, El e Kira se encontram, ela usando um lindo vestido que lembra o de Cinderela na versão original, mas se você achou que não aconteceria a famosa valsa, achou errado, caro leitor. Continuando o tom moderno da história, a famosa valsa foi reinterpretada com passos de dança modernos e um toque de passos clássicos. Eu como grande fã dos clássicos de princesas, achei a cena extremamente delicada e bonita, sem perder a originalidade da história. Enquanto Sami aproveita o baile comendo todos os quitutes oferecidos, Kira leva El para conhecer a coleção de tênis do pai e conversam sobre sonhos, levada pelos rumores no baile, Kira acha que o estoquista é um famoso designer, para não perder a ligação com a princesa do baile, El confirma toda a história.

Imagem: Reprodução / Disney+

Para quem gosta de um pequena drama e reviravoltas, a personalidade de El pode agradar, mas podemos perceber que ele tem muito medo de tomar atitudes e hesita diversas ações que acarretaria em menos problemas, o que pode desagradar muitos espectadores, nessa parte do filme eu já pensei em desligar a TV, mas a curiosidade de como ele sairia dessa era maior. Como em Cinderela, a noite passa rapidamente e o relógio toca as doze badaladas, Sami e El correm para ninguém descobrir a magia que os envolve, às pressas, o príncipe da história cai na escada rolante e perde o tênis de “cristal”, sendo encontrado pela jovem King. Já na rua, o carro é guinchado e eles levam um banho de lama, assim voltando para casa a pé. Agora, como o outro tênis será encontrado? Kira faz uma campanha na internet para encontrar o seu “príncipe”. 

A trama tem muitas referências ao Cinderela de 1950, elas podem ser vistas na decoração da loja de sapatos, no vestido de Kira no baile e também fazem alusão ao castelo do parque da Disney, juntamente com os fogos de artifícios, sendo esse o apartamento super moderno da família King. Os Tênis Encantados é um longa com muita representatividade. Sabe aquele filme que colocamos para as crianças se distraírem, mas que elas se encontram? É esse! Com o elenco principal formado por 90% de pessoas negras, a Disney soube apresentar uma história quase nova, com roteiro moderno e atual, fazendo com que crianças se sentissem próximas das personagens. Como em qualquer filme dos estúdios Disney, crianças se divertem e absorvem a moral sutilmente, mas nós adultos, conseguimos entender o real significado. Dá até borboletas no estômago.

Por: Rosa Sanches
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