Crítica | Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore


Depois da empolgação dos Potterheads com o especial de 20 anos da franquia, na HBO Max, no início deste ano, o Mundo Mágico agora recebe um foco especial novamente com Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore. Desde o anúncio da sequência tem havido muito debate sobre se este filme poderia reparar o que foi apresentado em Animais fantásticos - Os crimes de Grindelwald, eleito pela maioria dos fãs o pior filme do Mundo Mágico até agora. Embora o consenso dos fãs seja o que importa para um filme como esse, é seguro dizer que Os Segredos de Dumbledore é um avanço em relação ao filme anterior, entregando ao telespectador um enredo mais emocionante com muita magia. Claro ele não não corrige inteiramente todos os problemas de seu antecessor, mas é possível ver uma tentativa de melhora. Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore, o terceiro filme desta planejada série de cinco filmes é um passo na direção certa para esta franquia sinuosa, embora ainda tenha muito trabalho pela frente para trazer de volta a magia que este universo já teve.

Os Segredos de Dumbledore começa com uma das melhores cenas da série quando Alvo Dumbledore (Jude Law) se encontra com Gellert Grindelwald (agora interpretado por Mads Mikkelsen) para falar sobre sua juventude, e como eles queriam remodelar o mundo. Certamente essa cena reflete bem oque J. K. Rowling e Steve Kloves e o diretor David Yates estão tentando fazer exatamente isso na sequência. Com Dumbledore incapaz de lutar contra Grindelwald devido a um pacto de sangue feito anos antes, Dumbledore une um grupo para ajudar a enfrentar o plano de Grindelwald de dominar o mundo bruxo e não bruxo. Este tipo de Armada de Dumbledore inclui o magizoologista Newt Scamander (Eddie Redmayne), seu irmão e auror, Teseu (Calum Turner), a professora Eulalie Hicks (Jessica Williams) e o trouxa/padeiro Jacob Kowalski (Dan Fogler). Juntos, eles tentarão parar Grindelwald e seu exército, que agora inclui Credence Barebone (Ezra Miller), que está ficando cada vez mais poderoso e incerto de sua parte nos planos de Grindelwald, e a telepática Queenie (Alison Sudol), que anteriormente esperava se casar com Jacob antes de virar para o lado de Grindelwald.

Imagem: Reprodução / Warner Bros. Pictures

O bruxo das trevas Grindelwald conseguiu uma grande vantagem em sua jornada para dominar o Mundo Mágico. Graças a uma criatura extremamente rara e valiosa conhecida como Qilin, Grindelwald tem a habilidade de ver o futuro. Enquanto Os Crimes de Grindelwald foi escrito exclusivamente pela autora J.K. Rowling, Os Segredos de Dumbledore recorre a Steve Kloves, o homem por trás de todos os filmes de Harry  Potter, para ajudar no roteiro, entregando ao telespectador uma aventura mais emocionante com muita magia. Claro ele não não corrige inteiramente todos os problemas de seu antecessor, mas é possível ver uma tentativa de melhora. Em termos de enredo, Os Segredos de Dumbledore tem uma trama muito mais emocionante do que o filme anterior. Os espectadores mergulham direto no esquema e segredos de Dumbledore, que traz de volta rostos familiares dos filmes anteriores, como Jacob Kowalski e Teseu Scamander. Por causa da necessidade dos personagens de manter seus movimentos imediatos em segredo de Grindelwald, Kloves e Rowling optaram por manter a maior parte do grande plano em segredo do público também. 

Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore tenta dar ao público o mundo que foi apresentado em Harry Potter, enquanto também tenta contar sua própria história. Por causa disso, Dumbledore e Hogwarts em si desempenham um papel muito maior do que nas produções anteriores, enquanto as criaturas de Newt são muito mais integrantes da narrativa do filme. Por exemplo, somos apresentados a Newt enquanto ele ajuda um Qilin, uma criatura mágica parecida com um cervo que pode dizer quem é puro de coração e é capaz de ver o futuro. Este novo animal torna-se parte integrante dos planos de Grindelwald, bem como das tentativas do Mundo Mágico de eleger um novo líder. Mads Mikkelsen é uma excelente escolha para Grindelwald, onde mesmo apesar de suas más intenções e ações, há um calor e simpatia nessa performance sob as inclinações sinistras que tornam compreensível por que tantos gostariam de segui-lo. O mesmo é visto na abordagem de Jude Law como Dumbledore, à medida que aprendemos mais sobre o seu passado, conhecemos um personagem que claramente cometeu muitos erros, mas está apenas tentando consertar os erros de seu passado. Ele é um líder relutante que quer tornar o mundo um lugar melhor, e Law desempenha esse papel com a mistura certa de melancolia e esperança

Imagem: Reprodução / Warner Bros. Pictures

Eddie Redmayne se encaixa mais uma vez perfeitamente no papel de Newt Scamander, e ele tem ótimos momentos que mostram seus pontos fortes quando envolve criaturas mágicas. Newt Scamander mostra compaixão, humor e confiança de maneiras que nunca vimos antes. Esta terceira parte também faz o possível para recalibrar os personagens que já conhecemos de maneiras leves que os tornam mais cativantes. Enquanto personagens como a assistente de Newt, Bunty (Victoria Yeates) e Yusuf Kama (William Nadylam) têm muito mais a fazer. Jessica Williams como a professora Eulalie Hicks, é uma personagem que transmite determinação e esperança. Dan Fogler continua a ser o coração que esta série precisa. A integração mais profunda de Jacob Kowalski no Mundo Mágico fornece alguns dos momentos mais engraçados do filme e, como o personagem de Harry Potter, torna-se nosso caminho para este mundo mágico com surpresa e admiração. E sim, Katherine Waterston está no filme, mas seu papel como Tina Goldstein é tão pequeno que é preciso se questionar o que levou a isso. 

Uma das personagens mais esperadas pelo público brasileiro na sequência é Vicência Santos (interpretada pela atriz brasileira Maria Fernanda Cândido), Ministra da Magia nos Estados Unidos do Brasil que está concorrendo ao cargo de Chefe Suprema da Confederação Internacional dos Bruxos. Mesmo com pouco tempo de tela, a presença de Cândido é majestosa e grandiosa. Não vou continuar falando sobre Vicência para evitar de dar spoiler. Os dois primeiros filmes foram repletos de exposições que interromperam a história, mas com toda essa configuração já tratada, Animais Fantásticos: Os Segredos de Dumbledore pode explorar este mundo, esses personagens e essas criaturas com mais liberdade. Embora o público tenha um pé atrás nessa franquia, Este filme é facilmente o melhor filme de Animais Fantásticos, sendo mais emocionante, tocante e engraçado. Depois de duas tentativas frustradas, finalmente a franquia encontra o coração de Animais Fantásticos. Esta série provavelmente nunca será tão extraordinária quanto Harry Potter, já que Yates, Rowling e Kloves estão contando uma história muito mais sombria e pesada. 
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