Crítica | King Richard: Criando Campeãs


King Richard: Criando Campeãs foi uma das grandes estreias do final de 2021. Sacada para competir ainda em 2022 nas maiores premiações, ou não, o filme merece a repercussão positiva que vem ganhando. Will Smith conseguiu passar nas telas exatamente aquilo que queríamos ver: as contradições, obsessão e paixão pela história das maiores campeãs do mundo no tênis. 

Comecemos aqui pelo arco principal da história composto pela família Williams e seu principal sonho: ver as cinco filhas bem-sucedidas em quaisquer que sejam as carreiras que escolham seguir. No entanto, duas dessas filhas seriam bem-sucedidas, mas em algo já definido por Richard (Will Smith) e Oracene (Aunjanue Ellis), pai e mãe de Venus (Saniyya Sidney) e Serena (Demi Singleton). Apaixonado por tênis e pela chance de trilhar uma carreira de sucesso para as filhas, Richard decide que ambas serão as maiores atletas que o mundo já viu. 

Imagem: Reprodução/Warner Bros. Pictures 

A verdade é que o longa produzido por Smith não reinventa a roda. Com certeza já vimos produções dessa forma, principalmente quando analisamos filmes norte-americanos. Entretanto, o que ganha destaque na produção não é a jornada do herói bem definida para o público ou a história de superação de uma família afro-americana. Quem ganha o holofote aqui é Will Smith em mais uma de suas atuações inquestionáveis, o homem que deu vida ao pai das maiores atletas do mundo não só entrega ao público sensações contraditórias, como o convida para questionar sobre o que você faria se estivesse ali. 

Venus é uma jovem promissora que sonha em realizar o sonho de não só ser campeã, como de fazer com que as pessoas se inspirem nela. Serena, ainda que tenha ganhado pouco espaço na trama, sonha com o dia que vai se tornar a maior entre todas as campeãs. Ambas, na vida real, conseguiram não só esses feitos, como ainda estão na ativa construindo o legado que sempre sonharam. O filme de Reinaldo Marcus Green poderia ser como qualquer outro lançado pela indústria americana, principalmente nos tempos em que produções levadas para o lado da superação estão cada vez mais em alta, mas decide que vai deixar uma mensagem. No fim, os diálogos bem construídos entre os atores, as cenas longas e necessárias são o que constroem algo que marca a vida de quem assiste.


Will venceu na categoria de melhor ator de drama na premiação do Globo de Ouro, aumentando ainda mais as especulações diante do Oscar 2022. Ainda sem nomes definidos, com certeza a produção do ator estará presente na cerimônia. King Richard: Criando Campeãs é, além de tudo, um filme leve para repensar a romantização do esforço e o racismo estrutural presente nos EUA. Ainda que Serena e Venus sejam grandes exemplos, não é certo enxergá-las como um fato isolado, muitas desejam e podem ser como elas, fica o questionamento do porquê não estão conseguindo chegar lá.

Vale destacar que a HBO Max disponibilizou King Richard: Criando Campeãs em seu catálogo na sexta-feira (07).  O filme relata a jornada de uma família que persegue seu sonho. Com treinamento nas quadras de tênis abandonadas, independentemente do clima inclemente, as irmãs são criadas com determinação e intuição também por sua mãe. Uma família completa, comprometida e trabalhando para um objetivo comum. O longa também está disponível para compra e aluguel nas principais plataformas digitais.
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