Crítica | Turma da Mônica - Lições


Turma da Mônica - Lições é um grande presente para os fãs dos quadrinhos, com suas enormes referências, a adição infinita de personagens já conhecidos chega a ser emocionante, vai conquistar todos os públicos e te cativar, além que a mensagem é para fazer o telespectador pensar e lembrar em como crescer pode ser divertido. O longa é mais um presente para o cinema nacional, para os quadrinhos brasileiros e para o legado de Mauricio de  Sousa e seus personagens.

Turma da Mônica, a obra de Mauricio de Sousa rodeia as casas de todos os brasileiros desde 1959, a história do gibi foi passada de geração em geração, até hoje em dia é um grande sucesso entre as crianças e adultos, mas em 2019 o universo expandiu ainda mais, viria seu primeiro live-action, com Turma da Mônica - Laços, de Daniel Rezende, baseada na Graphics MSP de Vitor e Lu Cafaggi, o público abraçou de cara e conquistou todas as gerações, com toda sua doçura, nostalgia, inocência e o resgate da infância, fez Laços ser um grande sucesso de bilheteria, mas como a Graphic é uma trilogia, a cinema não iria parar com Laços.

Imagem: Reprodução/Paris Filmes

Chegando nesse finalzinho do ano, teremos a aguardada continuação Turma da Mônica - Lições e será que fez jus ao brilhante primogênito? Posso adiantar que o amadurecimento conseguiu construir ainda melhor, com uma mensagem muito bonita de crescimento sem perder sua essência, podemos ser crianças mesmo sendo adultos e o filme passa o recado com maestria. O elenco não cresceu só de tamanho, mas também cresceu no texto e nas atuações, é evidente que o amadurecimento veio de todas as partes e isso também vale até para Rezende, sua direção está mais elaborada com planos mais refinados que não tinha no primeiro filme. Na trama do filme, Mônica, Cebolinha, Magali e Cascão se esquecem de fazer o dever de casa e fogem da escola. Mas nem tudo sai como esperado e os pais de Mônica decidem mudá-la de colégio. Mesmo fazendo novos amigos, Marina, Milena, Humberto e Do Contra, a turminha sente saudade de estar sempre junta. 

Enquanto todos os aspectos técnicos de Turma da Mônica - Lições são dignos de menção, existe algo que fez o filme ser perfeito por completo: o elenco. Giulia Benite (Mônica), Kevin Vechiatto (Cebolinha), Laura Rauseo (Magali) e Gabriel Moreira (Cascão) formam um quarteto perfeito, que parece ter nascido para interpretar seus papéis. A força da Mônica, teimosia do Cebolinha, deboche do Cascão e graça da Magali estão todos ali, nas melhores representações possíveis. E não é apenas individualmente que os quatro se destacam. A parceria entre cada duplinha de amigos e a química entre Mônica e Cebolinha conseguiu ser levada às telas perfeitamente. Falando em elenco, é admirável também a caracterização dos novos membros do elenco que são incluídos logo depois da turminha ser separada, - Marina (Laís Vilella), Milena (Emilly Nayara), Humberto (Lucas Infante) e Do Contra (Vinícius Higo) e muitos outros que promete fazer você pular da cadeira.

Imagem: Reprodução/Paris Filmes

O filme traz para as telonas uma história sobre amadurecimento, entregando ao público uma trama mais madura. Com carisma de sobra, o longa vai animar os fãs das antigas com muitos easter eggs espalhados por todo lugar. Como uma adaptação de quadrinhos, claro que uma aparição de Maurício de Sousa era esperada – e ela é perfeita. A direção de arte é incrível e remete diretamente para o estilo da Graphic de mesmo nome, sem perder timing de piadas e seguindo uma estrutura de aventura juvenil. Ele não perde fôlego e não delonga em sequências alternativas como na adição exclusiva de personagens que não estão na HQ. O filme criou o Bairro do Limoeiro perfeitamente, e a escolha de inserir os personagens em um universo com telefones fixos, vendedores de rua, praças e parques, foi perfeito para não tirar a magia das páginas. Ela simplesmente levou a magia às telas.

Em resumo, Turma da Mônica: Lições entrega um grande presente para os fãs dos quadrinhos, com suas enormes referências que marca o cinema nacional como uma obra exemplar de técnica, carisma, e adaptação de um dos nossos maiores patrimônios. É delicioso testemunhar o comprometimento da produção com o longa, o que faz com que cada fã do público se sinta representado de alguma forma pelo trabalho de Daniel Rezende. Vale destacar que o filme conta com uma cena pós-créditos, que considero uma das melhores. O filme estreia nos cinemas em 30 de dezembro e se você se sente seguro para ir, prefira comprar os seus ingressos pelo site do cinema, e lembre-se de manter o distanciamento seguro, manter suas mãos higienizadas e usar uma boa máscara no rosto o tempo todo.
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