Crítica | A Lenda de Candyman


A Lenda de Candyman é um filme de terror fantástico. A atuação de Yahya Abdul-Mateen II faz jus ao legado de Tony Todd. O filme não é apenas sobre a lenda urbana, tem toda uma história que sintetiza o abuso racial por trás do terror, destacando a origem do monstro, mostrando as pessoas que elas eram antes de serem transformados e taxados como um perigo para a comunidade, mostrando qual é a fonte do verdadeiro terror.


O filme é dirigido pela diretora Nia DaCosta e roteirizado por Jordan Peele, e como todo filme de Peele, o terror é usado como plano de fundo para fazer uma crítica social sobre racismo. Com certeza é uma obra que causa um forte impacto, como Nós e Corra.


Imagem: Reprodução/Universal Pictures

A Lenda de Cadyman conta a história de um pintor, Anthony McCoy (Yahya Abdul-Mateen II), um artista que vive em uma região de gentrificação (movimento que vista expulsar populações mais pobres via especulação imobiliária), ocupada por maioria negros, pobres que sofrem diariamente com preconceito, incluindo o policial. Anthony descobre a lenda de Candyman, uma história folclórica da região, e fica obcecado por ela, até que descobre que ela é real. Ele usa o Candyman como inspiração para suas pinturas.


A Lenda de Candyman é um filme que explora bem os elementos de filmes de terror psicológico. A ambientação do filme é majoritariamente na cidade, assim, criar um clima urbano, dividido em dois: diurno, usado como flashbacks para contar a lenda de Candyman, e o noturno, onde o clima escuro faz parte para retratar a violência e preconceito racial, discutido no filme. Com uma filmagem intensa, o filme essa linha, de tensão e suspense, que vai seguindo até os minutos finais, onde acontece um verdadeiro choque, e toda tensão criada ao longo do filme, foi descarregada de uma maneira impactante nas últimas cenas.


Imagem: Reprodução/Universal Pictures

Os atores fazem um belo trabalho, com interpretações emocionantes, principalmente do meio para o final, onde a exige uma maior consistência maior dos personagens, que vão ganhando corpo e background enorme durante o filme. Tony Todd, que tinha 38 anos quando interpretou Candyman pela primeira vez em 1992, não será o grande vilão da história. Mas não significa que Todd não irá usar seu gancho e suas abelhas mais uma vez ao interpretar o personagem.


A história de Candyman retrata um de modo perturbador uma América racista, assombrada por seus antepassados escravocratas, e passa uma mensagem forte sobre que soa como soco no estômago. A sensação ao assistir foi tão incômoda quanto a dos outros filmes de Peele, que mais uma vez acerta com filme denso e chocante.


O filme está em cartaz nos cinemas e se você se sente seguro para ir, prefira comprar os seus ingressos pelo site do cinema, e lembre-se de manter o distanciamento seguro, manter suas mãos higienizadas e usar uma boa máscara no rosto o tempo todo.

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