Crítica | Cry Macho: O Caminho para Redenção


Cry Macho: O Caminho para Redenção marca a volta de Clint Eastwood nos cinemas, em uma fantástica jornada entre neto e avô. Clint é um dos maiores ícones do cinema mundial, com excepcional carreira como ator e diretor. Agora aos seus 91 anos, Eastwood faz uns dos seus trabalhos mais emocionantes, onde ele traz toda bagagem dos seus primeiros trabalhos com Sérgio Leone, até obras mais recentes como Gran Torino

A história de Cry Macho: O Caminho para Redenção se passa no Texas, em 1979. Um velho cowboy, chamado MIke (Clint Eastwood) está em uma crise, após perder sua família em um acidente. Mike trabalha, além de cowboy, trabalha em rodeios, para um poderoso fazendeiro regional. Esse fazendeiro tem um filho perdido no México, e pede para Mike trazê-lo de volta. Mike encontra o garoto, que fugiu da mãe na Cidade do México, e vive com seu galo Macho. Através de uma viagem se conecta com o menino.

Imagem: Reprodução/Warner Bros

Cry Macho: O Caminho para Redenção é road movie, um filme de viajem, com uma história onde a jornada é mais importante do que o destino, onde a fotografia irá contemplar as belas paisagens do deserto texano, onde a relação de Mike e Rafael (filho do fazendeiro) irá se construir com diálogos na estrada. As filmagens são uma grande observação do meio ambiente, com uma linda ambientação dos cactos, areias e animais locais. O roteiro e os diálogos são os pontos fortes em Cry Macho: O Caminho para Redenção, as conversas retratam uma troca de experiência entre Mike e Rafael, é esse o segredo do filme, assim como Gran Torino. Cada conversa com Rafael, encorpa a obra, e dá profundidade a relação entres os dois, como se fosse neto e avô. 

Sem dúvidas, Gran Torino estabelece uma base parecida em Cry Macho: O Caminho para Redenção, onde o personagem de Clin busca passar seus ensinamentos a uma geração de jovens. Tudo isso, construído com uma atuação impecável de Clint, seja ele como cowboy, domando cavalos selvagens, em uma perseguição de carros, ou na relação que faz com Marta, uma moradora local na fronteira mexicana, cujo ele a conhece em parada durante a viagem. É muito belo ver Mike se descobrindo nesse pequeno vilarejo no México, e mudar seu a maneira de ver a vida, quando se apaixona pela Marta. 

Imagem: Reprodução/Warner Bros

Cry Macho: O Caminho para Redenção é uma obra muito pessoal de Clint Eastwood, pois é um paralelo à sua própria vida. Esse é um filme que vai desconstruir a figura do “Machão”, que o próprio Clint ajudou a construir nos anos 60, quando ele fazia de Faroeste, com personagens durões, sempre pistoleiros, cowboys ou xerifes. Mas agora, o ator dá um ressignificado para a figura de Machão, mostrando que ser homem não tem nada a ver com ser durão ou bruto, e sim assumir responsabilidade, ter consciência de seus atos e lidar com suas escolhas. Essa é uma obra madura, sobre relacionamentos, e amadurecimento.

Cry Macho: O Caminho para Redenção é uma obra de arte, com diversas influências e referências que Clint Eastwood traz de anos produzindo filmes de Hollywood. Toda experiência do ator e diretor está presente nesse filme, que vai entrar como umas das melhores obras de Clint Eastwood.

O filme está em cartaz nos cinemas e se você se sente seguro para ir, prefira comprar os seus ingressos pelo site do cinema, e lembre-se de manter o distanciamento seguro, manter suas mãos higienizadas e usar uma boa máscara no rosto o tempo todo.
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