Crítica | Abe


Se você acha que seus parentes são difíceis de se conviver, fique feliz por não fazer parte da família de Abe (Noah Schnapp). Para o Brooklynite de 12 anos, seus familiares são um ensopado de parentes rivais, temperado com a diferença de crença. A mãe de Abe, Rebecca (Dagmara Dominczyk) é israelense-americana e seu pai, Amir (Arian Moayed) é palestino-americano. Embora os pais de Abe sejam ateus, seus avós são devotados de um lado judaísmo e do outro islamismo. 


Abe tem à sua pátria compartilhada e fortemente contestada, não admira que os jantares de família sejam difíceis de engolir. Abe se esforça para agradar a todos enquanto tenta incluir as duas religiões em sua própria vida. Ele fala com seu avô judeu (Mark Margolis) sobre fazer um bar mitzvah e tenta jejuar no Ramadã para agradar sua avó muçulmana (Salem Murphy). Abe decide preparar um jantar que reúne sabores e tradições do Oriente Médio com a dos EUA no desejo se unir sua família.


Imagem: Reprodução/Paris Filmes

Abe tem uma história envolvente, principalmente graças à vulnerabilidade emocional de Noah Schnapp em seu papel principal. Schnapp retrata honestamente a luta de Abe para descobrir sua identidade: ele é judeu? Muçulmano? Nenhum? Ele pode ser os dois ao mesmo tempo? E o rosto expressivo de Schnapp se enche de angústia enquanto os parentes de Abe discutem entre si sobre seu futuro. A lição mais importante que este filme ensina é dirigida diretamente aos pais, quando os adultos brigam, eles infligem feridas emocionais aos espectadores inocentes em suas casas. 


Os espectadores mais jovens encontrarão muitos temas positivos em Abe. Desenvolvendo seus talentos, refletindo sobre seus valores, tentando entender diferentes perspectivas, trabalhando duro para alcançar um objetivo tudo isso ganha tempo de tela no filme. A desvantagem é que o filme mostra Abe mentindo para seus pais para que ele pudesse trabalhar em um restaurante numa busca de aprimorar suas criações gastronômicas, onde conhece o chef brasileiro Chico (Seu Jorge) que o ensina a verdadeira Fusão gastronômica. 


Imagem: Reprodução /Paris Filmes

Quando Abe prepara seu jantar de Ação de Graças, ele tenta misturar todos cinco sabores - doce, salgado, azedo, amargo e umami. Adicionar uma mistura de texturas e cores e origens culturais permite que ele crie um banquete de Ação de Graças de dar água na boca. O diretor Fernando Grostein Andrade fez a mesma coisa com Abe. O filme é doce, triste, esperançoso, atencioso e engraçado, e sempre adorável de se olhar (está cheio de fotos deliciosas em close-up). O melhor de tudo é que isso nos deixa com muito o que pensar, mesmo depois de os créditos rolarem.


O filme estreará em 5 de agosto nos cinemas, e se você se sente seguro para ir, prefira comprar os seus ingressos pelo site do cinema, e lembre-se de manter as mãos higienizadas e manter a máscara no rosto o tempo todo.

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