Crítica | Sweet Tooth - 1ª Temporada


A nova série da Netflix chamada Sweet Tooth trás para as telas uma história de aventura delicada e fascinante com uma grande carga de críticas sociais sobre aceitar as diferenças. 


Sweet Tooth é baseada na série de quadrinhos de Jeff Lemire. A história é bem simples onde um vírus devastador destrói a humanidade levando eles para um novo patamar na evolução humana, a desconfiarem umas das outras, se esconderem, e permitir que o medo conduza suas decisões e, por fim, formar laços inesperados. É sobre isolamento e dor, mas também tem muito a ver com as conexões imprevisíveis que podem acabar nos definindo. A série tem uma narrativa intensa e fascinante que lembra a série “Stranger Things”.  


Imagem: Reprodução/Netflix

A série começa mostrando os sobreviventes se dividindo entre serem ou não a causa da pandemia. O vírus levou ao nascimento de crianças que não são exatamente humanas, mas híbridos da nossa espécie e outros de toda a natureza. As crianças híbridas se tornaram inimigas, caçadas e mortas, se tiverem sorte e se não tiverem são testadas em experimentos. 


O protagonista de “Sweet Tooth” é Gus (Christian Convery), que entrega uma das melhores performances infantis em anos, ele é um híbrido de cervo que foi mantido escondido por seu pai (Will Forte). Treinado para sobreviver isolado, à parte de um mundo que o quer morto, as cenas de abertura de “Sweet Tooth” ecoam “Hanna” na narrativa de uma criança mantida em segredo. "Sweet Tooth" pode ter sido inspirada em outras produções mas mostra tem uma personalidade forte. 


Imagem: Reprodução/Netflix

A segurança de Gus e de seu pai é comprometida no primeiro episódio e isso força nosso protagonista em uma jornada para tentar encontrar sua mãe Hanna (Amy Seimetz). Tudo o que ele tem é uma foto com as palavras RR Colorado, e então ele vai para aquele estado para encontrá-la. Seu inesperado companheiro de viagem é um gigante gentil chamado Tommy (Nonso Anozie), que já serviu em um violento grupo militar chamado Os Últimos Homens, caçadores de híbridos e qualquer pessoa que os esconda. 


Podemos dizer que “Sweet Tooth” é dividida em três arcos. A jornada de Tommy, Gus e um eventual terceiro viajante, uma defensora de híbridos chamada Bear (Stefania LaVie Owen). O outro arco é com o Dr. Aditya Singh (Adeel Akhtar) que recebe uma cura potencial para a pandemia que ainda assola o país, mas pode custar sua humanidade. Para aumentar a pressão em sua pesquisa, está o fato de sua esposa Rani (Aliza Vellani) ter a doença, que os dois tentam esconder da vizinhança. 


Imagem: Reprodução/Netflix

O momento mais sombrio da temporada se desdobra no terceiro episódio, quando é revelado o que acontece nessa comunidade quando alguém começa a apresentar sintomas. Ao mesmo tempo, somos apresentados a Aimee (Dania Ramirez), que administra um espaço seguro para híbridos, com grande risco para sua segurança pessoal. E o lendário James Brolin narra a coisa toda com uma seriedade ao estilo de Sam Elliott que realmente acrescenta ao tom de fábula moderna do caso. 


Enquanto a maioria desses personagens não se cruzam na maior parte da temporada, o senso de história de Mickle é perfeito e fluido. Ele não exagera em seus temas, permitindo que eles surjam em vários enredos de uma maneira que eleve toda a produção. As performances são fortes o tempo todo, Anozie é particularmente notável mas isso só é possível pelo roteiro consistentemente inventiva que fazem o projeto se destacar. É sincero e fantástico ao mesmo tempo, trazendo-nos a um mundo muito diferente do nosso, mas com personagens que têm preocupações e emoções relacionáveis. 


Imagem: Reprodução/Netflix

"Sweet Tooth" é uma série sobre como as conexões pessoais podem nos colocar em perigo e nos inspirar, uma história de aventura que parece incrivelmente atual e ainda atemporal em sua estrutura, estilo e emoção. A série termina com muitos arcos em abertos e isso pode decepcionar alguns telespectadores que pode ser visto como um prólogo.


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