Crítica | Monster Hunter


Adaptado de um jogo, Monster Hunter se apresenta numa contínua batalha em um cenário desafiador de um mundo paralelo habitado por monstros mortais 


Tenho carregado comigo a ideia de que obras originalmente baseadas em uma criação pré-existente, não precisam necessariamente serem total fiéis à obra originária. Talvez isso me deixa mais confortável para consumir filmes e séries sem que eu crie uma expectativa muito grande, tendo conhecimento ou não do que levou a realização da obra.


Monster Hunter (2020) é a adaptação de um jogo que possui o mesmo nome e que, essa pessoa que escreve essa crítica, nunca jogou o renomado game em questão. Mas, apesar de saber que tal produção atrai em um primeiro momento esse público mais “conhecedor”, aqui me direciono também àqueles que possam se interessar por um bom filme que vai te cativar mesmo sem você conhecer as suas premissas. Pelo menos foi assim comigo.


Milla Jovovich interpreta a destemida protagonista Tenente Artemis. Créditos: Reprodução / Sony Pictures / Constantin Film Verleih


Protagonizado pela espetacular Milla Jovovich, que vive a Tenente Artemis, Monster Hunter possui um mundo paralelo ao nosso. Nele há monstros perigosos e mortais que farão de tudo para controlar seus territórios. Mas como o mundo real, o Planeta Terra, se conecta com essa realidade paralela? Por meio de um misterioso portal que condensa energia suficiente para gerar uma enorme tempestade dos dois lados, ocasionando na transferência de matéria.


É assim que a Tenente Artemis chegou no “mundo dos monstros” junto com seu esquadrão de elite após ambos saírem à procura de uma outra equipe que desapareceu no deserto. Sem imaginar onde estão e com o menor sinal, literalmente, de rádio ou outras frequências, a equipe de Artemis se depara com um lugar inóspito e a princípio desabitado onde tudo é colossal: até mesmo ossadas (seriam de dinossauros gigantes?). Atacados pelos monstros da localidade, Artemis se vê sozinha já que sua equipe é dizimada por completo. Sozinha também ela é transportada para uma espécie de subsolo, onde alguns dos monstros que parecem uma mistura de escorpião e vespa sem asas, ficam durante o dia para se resguardarem do sol.


O caçador misterioso vivido por Tony Jaa traz consigo muitos mistérios e alguns dos alívios cômicos do filme.  Créditos: Reprodução / Sony Pictures / Constantin Film Verleih

Solitária, a tenente fica desesperada para voltar para casa. E quem não ficaria? Para sua sorte, depois de um encontro nada amigável, Artemis passa a firmar parceria com um caçador (Tony Jaa) repleto de mistérios: sobre sua origem e os motivos dele estar ali e ter se adaptado tão bem à realidade monstruosa do lado de fora, com um refúgio construído entre formações rochosas. Não falante da língua de Artemis, o caçador desenvolveu habilidades e conhecimentos únicos que serão fundamentais para o sucesso de ambos em combater o que seria o maior dos problemas até então, o monstro chamado pelo caçador de “Diablos”.


É o caçador quem treina Artemis para o combate dos monstros noturnos e também o diurno. Juntos, os dois compartilham uma parceria inimaginável que será muito benéfica. Além, claro, de trazerem alguns raros alívios cômicos em meio as sequências quase intermináveis de combate que eles têm se não consigo mesmos, com os monstros que eles conhecem e também uma criatura que parece incombatível.


Um dos mais terríveis monstros do mundo paralelo chamado Rathalos, responsável por resguardar uma torre que esconde um enorme segredo dos dois mundos.  Créditos: Reprodução / Sony Pictures / Constantin Film Verleih

Ao unirem forças, eles saem do pior, apesar de a frente sempre aparecer algo inesperado. Quando acreditamos que certo problema acabou, nós nos enganamos. Mas isso é ótimo. As cenas de luta, a sonoplastia do filme, a evolução de Artemis, são alguns dos detalhes de muito destaque pelos efeitos visuais, mesmo sabendo que isso é “o minímo” que um grande estúdio com investimento tecnológico milionário deve fazer. Confesso que algumas coisas pareciam tão reais que eu fiquei realmente impressionado e impactado.


Uma das claras referências ao jogo, a Tenente Artemis utiliza duas espadas com vestes de guerreira. Créditos: Reprodução / Sony Pictures / Constantin Film Verleih

Acredito que uma das poucas coisas que mais me incomodou em Monster Hunter foi o seu final. Senti que era necessário um desfecho mais correto para uma narrativa que tinha se apresentado com todo o cuidado para fazer sentido e encaminhar para um desfecho digno ou previsível (a saída da Tenente Artemis desse mundo estranhamente bizarro). Mas era óbvio que os autores não fizeram como pensei e o que tive foi um final com um urgente desejo de continuação.


Dito isso, é preciso reconhecer que Monster Hunter teve um baita esforço para se mostrar à altura de uma adaptação de um jogo tão aclamado por seus gamers fiéis. Ao meu ver, quebrou muitas expectativas e as cenas de ação espetaculares são provas disso, assim como os já elogiáveis efeitos visuais surpreendentes. A participação especial da brasileira Nanda Costa, sua estreia em Hollywood, foi um dos pontos altos do longa em que nós brasileiros certamente sentiremos orgulho em vê-la atuando.


Monster Hunter é a estreia da atriz brasileira Nanda Costa em uma produção hollywoodiana.  Créditos: Reprodução / Sony Pictures / Constantin Film Verleih


Monster Hunter estreia hoje nos cinemas do Brasil. O longa é dirigido por Paul W S Anderson e possui distribuição global da Sony Pictures. Para você que quer se permitir surpreender e aproveitar a experiência do filme nas salas de cinema, faça isso seguindo todas as medidas sanitárias para o combate do novo coronavírus. Use uma máscara reforçada, respeite o distanciamento social e não deixe de avisar aos responsáveis da sala de cinema se ali há um mínimo desrespeito quanto a essas e outras medidas preventivas. Assim, você aproveitará o filme de forma muito mais segura. Confira abaixo o trailer do filme.


Nota ⭐⭐ 4/5





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