Resenha | Bom Dia, Verônica


A rotina da escrivã de polícia Verônica Torres era pacata, burocrática e repleta de sonhos interrompidos até aquela manhã. Um abismo se abre diante de seus pés de uma hora para outra quando, na mesma semana, ela presencia um suicídio inesperado e recebe a ligação anônima de uma mulher clamando por sua vida. 


Verônica sente um verdadeiro calafrio, mas abraça a oportunidade de mostrar suas habilidades investigativas e decide mergulhar sozinha nos dois casos. Um turbilhão de acontecimentos inesperados é desencadeado e a levam a um encontro com lado mais sombrio do coração humano.


 


O livro Bom Dia, Verônica, apresenta uma personagem complexa, sincera, autêntica, desafiadora. E ela luta por algo que acredita e leva a sério. Em um país onde mulheres são estupradas, abusadas e mortas com justificativas estúpidas, é meio gratificante ver uma personagem fazendo a diferença - mesmo que por caminhos tortos. 


A história tem um grande potencial, mas pouco é explorado em ambos os casos, o começo é bem movimentado e abre as situações de uma forma que te deixa curioso, mas não sei se fiquei totalmente convencido com a forma que elas foram desenvolvidas, a leitura foi rápida, muitas das vezes me questionei sobre as escolhas da Verônica, e os procedimentos policiais não convencem e as desculpas que ela dá convencem menos ainda, recomendo ler direto sem pausa pois eu deixaria ele na metade.

 


O meu erro foi assistir primeiro a série, e depois ler o livro. minhas expectativas para esse livro estavam altíssimas e foi ladeira abaixo, na série consegui ter conexão e nojo de alguns personagens, nas primeiras páginas eu curti a idéia da Verônica ter defeitos e segredos, estava legal ler os pensamentos dela mesmo não concordando, mas chega em uma parte que ela parece não ligar mais e não dá a mínima para nada.


As partes do casal foi super complicadas de ler, achei desnecessário, digo que foi  irresponsável, faz representações desnecessariamente machistas, misóginas, racistas, com estereótipo de rituais indígenas, sem dizer alusões a gordofobia, normalizando hábitos de dietas nada saudáveis.


O livro policial foi lançado em 2016 sob o pseudônimo Andrea Killmore, e vendeu 10 mil exemplares na primeira tiragem. Já na Bienal de 2019, a criminóloga Ilana Casoy e o escritor Raphael Montes revelaram que são os verdadeiros autores do título.

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