'Cidade Pássaro', de Matias Mariani, terá lançamento mundial na Netflix


Após estrear na Mostra Panorama no Festival de Berlim 2020, o longa nacional “Cidade Pássaro”, de Matias Mariani, será lançado mundialmente na plataforma Netflix. Todos os países terão acesso ao filme a partir da próxima quarta, 29 de julho, exceto o Brasil onde o filme chegará até o final do ano. Rodado em São Paulo e protagonizado por dois atores nigerianos, o filme conta a história de Amadi (OC Ukeje) que viaja para a capital paulista em busca de seu irmão Ikenna (Chukwudi Iwuji), o primogênito de uma família da etnia Igbo. Enquanto procura seu irmão, Amadi conhece uma vibrante comunidade de imigrantes, uma camada da população paulistana da qual pouco se fala. O filme conta também com Indira Nascimento, no papel de Emília, que passa a ser a ligação de Amadi com a cidade de São Paulo.


O filme trata de temas como família, pertencimento, as fronteiras que definem cada um, a ideia de pátria e de lar. Para contar esta história sobre imigrantes africanos, especialmente os da etnia Igbos, o diretor considerou que “foi essencial boa parte dos cabeças de equipe serem negros, e termos roteiristas incrivelmente talentosas como a Chika Anadu e a Francine Barbosa, que conseguiram falar dos personagens de um local realmente experimentado, não só imaginado. E acho que foi deste modo que o filme conseguiu fundamentar seu ambiente ficcional de uma forma profunda, fazendo jus a história que se propôs a contar”, conta. 

Matias acredita que estrear no streaming “é um outro meio de levar nossas histórias às audiências, e a Netflix é um dos streamings com maior penetração no mundo inteiro. Particularmente durante a pandemia tem feito um papel importantíssimo de manter o audiovisual se comunicando.”, complementa. 

Em sua passagem por Berlim, “Cidade Pássaro” recebeu várias críticas positivas e a repercussão contribuiu para a negociação com a Netflix. O crítico Emiliano Granada, da Variety, afirmou que o filme é “esplêndido em tom e estética, com uma colorida paleta de interações humanas e múltiplos mistérios não ditos”. Já Kaleen Aftab escreveu no site Cine Europa que o longa foi “um dos melhores da Berlinale este ano”. E no Der Spiegel, Hannah Pilarczyk afirmou: “Mariani conecta histórias de vida com o ambiente urbano, de forma emocionante, transformando São Paulo em uma confluência de anseio”. Para completar, recentemente, o crítico Roger Moore do Movie Nation o destacou como “o melhor filme novo da Netflix deste mês." E Caryn James, no Hollywood Reporter, escreveu: "Um primeiro filme que brilha com confiança e talento."

Rodado em São Paulo em 2017, o longa é uma produção Primo Filmes (O Cheiro do Ralo de Heitor Dhalia)  e  Tabuleiro Filmes (Diamante, o Bailarina, de Pedro Jorge), em coprodução com MPM Films (O Cavalo de Turin, de Béla Tarr) e associação com a Taiga Filmes (Histórias que só Existem quando Lembradas, de Julia Murat) e February Films (da produtora Junyoung Jung, do filme O Hospedeiro, de Bong Joon-ho). A distribuição no Brasil será da Vitrine Filmes (Bacurau, de Kleber Mendonça Filho e Juliano Dornelles).
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