Crítica | A Maldição da Chorona


Terror mais divertido do que assustador, Dizem que no México do século 17, La Llorona, também conhecida como a Mulher que Chora, afogou seus dois filhos em um ataque de ciúmes quando ela pegou o marido nos braços de outra mulher. Seu espírito foi amaldiçoado por causa disso e estava destinado a andar na terra, perseguindo crianças e matando-as. 


A assistente social Anna Garcia (Linda Cardellini), que trabalha no departamento de apoio à criança, é designada para investigar a casa de uma mulher que sabe ser abusiva em relação aos filhos. Ela descobre que Patricia Alvarez (Patricia Velásquez) tem forçado seus dois filhos a morar em um armário. Furiosa, Anna pega a mãe e manda as crianças para um orfanato. 


O diretor estreante Michael Chaves parece ser um grande fã da franquia Conjuring, pois copiou fielmente o modelo de Conjuring films. Mas é aí que as semelhanças terminam. Porque enquanto os filmes dirigidos por James Wan são genuinamente assustadores, este não é. Além disso, nos filmes Conjuring, nós investimos emocionalmente nos personagens e, portanto, somos afetados pelo que está acontecendo com eles na tela. Aqui, nada desse tipo acontece e isso enfraquece o impacto.


O diretor Chaves usava todos os tipos de tropos de terror, desde portas fazendo ruídos, rangendo degraus, vazando torneiras, batendo janelas, quebrando vidro e tudo sendo usado implacavelmente para levar a questão para casa. Então, os cortes de pulo, o grampo de diretores de filme de horror, usam-se como cada cinco minutos e este uso excessivo acaba sua essência. O filme usa um dispositivo de enredo direto do Poltergeist (1982), o que acontece com crianças  com sendo sugadas para um portal. Não que o filme estrague totalmente quando se trata de criar terror. Por exemplo, assistir a um par de mãos fantasmagóricas surgindo do nada para dar xampu à filha e depois tentar afogá-la dá a você arrepios, mas esses momentos são poucos e distantes entre si. O problema desse filme de terror é que ele não assusta muito. La Llorona é construída como uma força imortal da natureza, mas na verdade não faz nada para nós. Ela nem sequer prejudica as crianças, não o fazendo apesar das repetidas tentativas.


O filme também é decepcionante pela falta de um roteiro coerente. O xamã convenientemente sabe de uma cura e ainda tem o equipamento necessário para realizá-la. E ele também não pensa em usar a família como isca para forçar o espírito a sair. Mesmo? Seu principal objetivo não era mantê-los fora de perigo? O filme também contém alguns diálogos bregas, a maioria deles caindo no colo de Raymond Cruz, que interpreta o xamã. 


Linda Cardellini tem um desempenho incrível como uma mãe assutada e determinada a fazer qualquer coisa, até mesmo lutando contra um espírito maligno para salvar seus filhos. As crianças-atores também fizeram um ótimo trabalho. O resto do elenco não contribui muito para o filme.

Nota | ★★★ 3 \ 5


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